
Fiquei em dúvida se me jogaria para trás ou para frente se estivesse a beira de um penhasco alto e assombrado. É que o mundo está cheio de buracos negros e talvez até fosse melhor parar de respirar.
Mas o azul do céu grita pra mim perguntando onde está minha esperança, e eu abri meus olhos a tempo de ver que ela ainda não morreu.
Na luz de um dia ensolarado e em um gramado enfeitado por folhas secas e amarelas, me sentei e apertei os meus fones de ouvido. Peguei a caneta e tentei escrever o sentido da vida. Não consegui depois de perceber que eu estava com um vazamento nos olhos.
Senti vontade de me atirar para trás, deitar e sonhar... mas o mundo ainda está girando e é preciso ficar acordada.
Eu poderia até ser um inseto para que o medo enorme não coubesse em meu peito. Medo que eu não consigo distrair com programas engraçados de televisão.
Esse jogo não tem escolha, todos precisam jogar. Esse jogo não tem pausa e nem tem como começar do zero.
Ele é cruel as vezes, é ironico, misterioso e cheio de surpresas. Mesmo que eu já tenha feito várias reclamações, ele não muda as regras, me ignora. E nem existe uma maneira de escrever uma carta de reclamação ao fabricante.
Ele é feito de fases boas, fases ruins, problemas, surpresas, problemas e problemas...
Mas mesmo assim, eu sei que amanhã vou ter que levantar do chão porque eu disse que não ia desistir.
Vou de novo unir as minhas forças, pegar as minhas armas e esperar que os monstros voltem. Eles vem com a fase ruim, as supresas desagradaveis e os problemas. E eu pretendo estar bem preparada para cair de novo e levantar com mais força. Pelo menos isso vai se transformando em experiência... mas não de jogo, e sim de vida.