segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Dispensa essas vestis amassadas e limpa teus pés antes de entrar pra nova era. Deixa esses rastros de mentiras e enganos descarados do outro lado da linha e do outro lado do rio de lágrimas que caíram descontroladas dos teus olhos tristes.
Volte a ver o bom que há em tudo mesmo que algum sentimento inútil e descartado tenha mudado toda tua forma de correr por essas ruas e respirar suavidade pessoal e espiritual.
Um dia as cores mudam, o cenário velho se desmancha e o coração renasce outra vez.

Um velho aviso do bem estar interior: Volte a ignorar os fatos sujos, assim como as pessoas, assim como as peças, assim como as conversas e assim como os olhares. Volte a ser o frágil veneno, que perde o encanto por acreditar em histórias de amor. E assim, caia de novo! E dessa vez, talvez no lugar certo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Faz parte do meu show


E o medo de sentir o cheiro que me atiça, a vontade de pular em outra história má intencionada só para correr algum risco - principalmente o de dar certo. Fugir daqui e dessa monotonia. Não elogio essa minha coragem, ás vezes me dá medo. Fechar os olhos e seguir de olhos fechados e coração palpitante, mãos frias e imagens armazenadas nessa memória fotográfica infalível. Eu me entrego fácil ao que me faz batucar o peito e até hoje me sinto presa, e nem posso respirar outra vontade. Eu corri outra vez contra a razão e o que sempre me sobra são rascunhos de cartas onde jogo todos meus sentimentos disperdiçados. E nem me serve irritar ou esbravejar com esse velho acorde e soneto enferrujado que eu não solto nem a forças. Muitas vezes corro o risco e não me impeço, me jogo e me quebro inteira. E nada de aprender agora, ainda não deu - talvez precise de uma vida inteira ou uma vida nova, uma nova guia... acho que cheguei sem manual de instruções e quem mais sente falta disso, sou eu mesma. E agora desacredito que o coração me salte outra vez pela boca e eu suspire forte e incontrolável. Me denuncio há consciência limpa e me traio por lembranças. Posso ser fraca e sou forte ao mesmo tempo, mas sempre acabo no mesmo lugar: No meu quarto sem luz e sem vento. Eu não sou inabalável. Eu me derreto, eu me consumo, eu me descubro em poucos segundos e logo esqueço por distração. Conto nos dedos todos os desastrosos tombos decepcionantes e não recuo nem um passo. Eu estou disposta a arriscar se por acaso ver outros olhos brilharem para mim num dia de lua cheia. Se tiver então, o poder me contrair para perto e me segurar com silencio, sem esforço. Só com a força de um olhar sedutor e barato, bem treinado e armado. Desastrosa impensante... O meu céu se fecha quando não me permito ser otimismo. Sinceramente, não gostaria mais de falar sobre o insensato e manipulador do meu coração. Sobre o que ele sente e chora, do que não se deixa descansar... Mas, é isso que me faz levantar, a vontade de encontrar alguma razão sincera não vinda em materialismo ou algo quebrante e sem consistência alguma. Eu ensaio em frente ao espelho e nos bares vazios dessa cidade fantasma. Mas tudo mal. Tudo besta. Mal interpretado. Porque há algum tempo passei a desencontrar a paz desta minha mente egocêntrica. Divirto meu espírito com a ajuda do meu jeito todo temperamental que em oras me faz morrer de rir da minha mais ridícula fantasia. Eu achei lindo o que vivi de ficção e encantador o que mesmo da boca pra fora, me revirava os sentimentos e me deixava inquieta. Mesmo que os olhos desviassem e que o coração fosse coberto de pedras resistentes, eu me perdia e me ajudava a iludir.
Alguém roubou minha fantasia e estranho que, mesmo que antes nada disso fizesse sentido hoje volto para lembrar que era mais encorajadora essa longa trajetória enquanto eu acreditava em final feliz. 

E metade disso é meu teatro mal ensaiado, até porque eu nem gosto de ceninhas bem interpretadas. Deve ter descontração. Nem tudo precisa dar certo... As vezes é preciso improvisar. O que me importa é respirar. E que sejam espinhos, já faço pouco caso disso... Eu já ando bastante esfolada para não acreditar que sou forte o suficiente para continuar sorrindo enquanto faço uso dessa única vida que tenho, antes que as cortinas tomem a liberdade de se fecharem para sempre.